sexta-feira, 11 de julho de 2008

Eu não vejo muito... Tudo o que vejo é um porão escuro, sem janelas, sem portas... Eu não vejo nada.
Eu te ouço gritar aí de fora...
Eu adoto uma posição fetal dentro de um ventre que não lhe pertence.
Sua fonte é brilhante e infinita.
As paredes me contam um segredo. Minhas confidentes.
Eu encontro paz no seu imenso vazio. Que patético.
Milhões de reflexões de luz passam sobre mim.
Eu aguardo para que as luzes me ergam daqui antes que eu me consuma.
Você ainda grita...
Você decreta o meu abismo. O mesmo abismo que me contempla.
No seu momento mais sombrio você me chama.
Eu não quero estar aqui embaixo quando você estiver longe.
Eu ainda te ouço gritar...
Você me fez chamar este indefeso buraco de lar.
Você quer me afogar no seu profundo e imenso ego. Porque você sabe que eu nunca aprendi realmente a nadar.
E eu estou rezando por um dilúvio. Só para ver você jogar tudo isso pelo ralo, sem se importar.
Você ainda grita, de dor... Toda essa dor é apenas uma ilusão.
Mas eu ainda te ouço gritar...