quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Estou perdendo minha visão outra vez...
Você me faz frio.
Você faz sombra no meu muro. Mas eu não vi nada em seus olhos. Eu não entendo nada das suas brincadeiras... Não entendo nada da sua mente vil.
Respire.
Você me faz cego.
Sinta o chover de pecados em cima de mim. Você conhece meu nome, você conhece minha face, você conhece meu ser.
Eu não conheço suas dores. Você as esconde atrás de mim, enquanto eu te sigo.
Eu quero achar meu nome nas suas anotações.
Você me faz um animal sem ventre.
Talvez eu realmente fosse parte do seu sacrifício.
Respire dentro de mim.
Talvez seus olhos brilhem o meu caminho, e assim eu chegue a lugar nenhum.
Então voe para longe, deixe pra trás. Retorne algum dia...
Eu sinto sua essência germinar dentro de mim. Corrompe todo o estado do meu insignificante ser.
Ilumine meu caminho. Leve-me para o paraíso...
E talvez você me deixe assim, tão frio.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Eu vago pelo vazio... Um imenso vazio...
Você se desfaz em pedaços, eu me desfaço em lembranças. Nós somos um só. Parte de um único animal, um único organismo... Uma única matéria.
Eu vejo a escuridão.
Você diz coisas sem sentido. Eu não quero isso... Eu não quero nada disso.
Deixe voar.
E como alguém que já esteve apaixonado, eu me transponho para o outro lado.
Você me vê na escuridão.
E simplesmente, eu decido encarar, tudo o que me encoleriza e quero acabar. E agora, decido desprezar, o que me adoece e não posso curar.
Uma brutal ausência de luz, sem qualquer reflexão.
As águas são meu único espelho, e quando elas estiverem calmas eu poderei ver, o quanto de contos de fadas ainda restam em mim.
Durante a noite eu vejo, o tempo é real. Nós vivemos na escuridão.
Como um espectro indecente, você percorre distâncias imensuráveis. Um grito foge de ti, até lugares abandonados. Eu capto um olhar seu, e agora ele me assombra...
Neste mundo de esquecidos.

domingo, 27 de julho de 2008

Os rios estão transbordando.
Você grita em silêncio através da janela. Eu ouço sussurros da sua insanidade. Não é a primeira vez que ouço mentiras.
Seus olhos ardentes me atravessam, eu nunca pensei que isso morreria. Que imbecíl.
Eu me desprendo dos teus olhos. Eu me desprendo do teu ego.
Observo o meu aquário se desfazer em pedaços. Milhões de reflexões de luz... Milhões de cristais.
Você está apenas cansada, como uma pedra velha.
Acendem as luzes. Ninguém sabe o que está acontecendo.
Você não teme que o tempo esteja acabando?
Se você está oprimida, não deixe eles descansarem. Mostre para eles o que você tem.
Você não entende?
Nós estamos perdidos. Não há nada que eu possa fazer... Não há nada que eu queira fazer.
Você está corroendo por dentro. Quem está procurando por um significado? Por dentro todos estamos morrendo.
Eu estou te consumindo... Sua fraqueza, sua derrota. Eu tomo sua alma para minha coleção.
Viajando junto desta espiral do tempo. Retornando para o lugar onde sonhamos.
Nossos sentimentos desaparecem em cinza... Apenas deixe ir.
Ninguém pode escapar do que nós fizemos. Neste sonho de plástico.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Eu estou me suicidando, mas sempre quem morre é o espectador.

domingo, 20 de julho de 2008

Seu corpo parece um pecado. Eu quero prová-lo.
Tão doce, tão frágil...
Eu sou um escravo, escravo da sua dor. Você tomou minha vida, eu estou derrotado. Sou um paciente terminal. Morrendo por dentro.
Sou apenas um mentiroso inútil. Apenas um imbecil...
Eu ingeri todo o seu veneno, mas eu ainda estou aqui... Se eu te deixasse, você destruiria tudo isso... Para sobreviver.
Você me condena.
Desta vez eu não sou o convidado... Não há vergonha agora, não há nome agora, não há ninguém agora, não há nada agora.... Quando eu procuro respostas, eu encontro apenas isso.
É o meu desejo de ser devorado por você. Eu quero estar dentro de você, penetrar seu corpo, estar dentro... Seus olhos arregalados fitando o céu. Você parece tão perdida... Sua alma vazia cada vez mais... Eu sei que você está excitada. Você me faz ficar selvagem...
Tu marchas em fogo.
Você vê... Vê o que não pode ser visto. E não é capaz de reparar os danos causados em mim.
Nada nem ninguém poderá levar o que você sabe... Nada nem ninguém poderá levar o que você pode ver...
Eu te castigo.
Você vai sangrar para mim. Liberdade.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Nenhuma lágrima para o palhaço.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Eu não vejo muito... Tudo o que vejo é um porão escuro, sem janelas, sem portas... Eu não vejo nada.
Eu te ouço gritar aí de fora...
Eu adoto uma posição fetal dentro de um ventre que não lhe pertence.
Sua fonte é brilhante e infinita.
As paredes me contam um segredo. Minhas confidentes.
Eu encontro paz no seu imenso vazio. Que patético.
Milhões de reflexões de luz passam sobre mim.
Eu aguardo para que as luzes me ergam daqui antes que eu me consuma.
Você ainda grita...
Você decreta o meu abismo. O mesmo abismo que me contempla.
No seu momento mais sombrio você me chama.
Eu não quero estar aqui embaixo quando você estiver longe.
Eu ainda te ouço gritar...
Você me fez chamar este indefeso buraco de lar.
Você quer me afogar no seu profundo e imenso ego. Porque você sabe que eu nunca aprendi realmente a nadar.
E eu estou rezando por um dilúvio. Só para ver você jogar tudo isso pelo ralo, sem se importar.
Você ainda grita, de dor... Toda essa dor é apenas uma ilusão.
Mas eu ainda te ouço gritar...

terça-feira, 8 de julho de 2008

Clamando pela tua luz, que hoje, tão fria é...
Amanhã... Amanhã... Amanhã...
Eu te vejo possuída... Olho no Espelho e tudo que vejo é um rosto que não conheço... Na sua luz tão fria.
Amanhã... Amanhã... Amanhã...
Você me fez uma história triste e confusa. Eu teria dilacerado tudo por você. Nós passamos por isso...
Amanhã... Amanhã... Amanhã...
Não encontro mais conforto nas tuas palavras... Eu vou esperar pela hora certa... Vou esperar pela minha vez... De te ver queimar...
Amanhã... Amanhã... Amanhã...
Você continua dançando... Eu vou extorquir meus olhos... Você sempre foi a mesma. Eu nunca precisei deles...
Amanhã... Amanhã... Amanhã...
Deixe-me sonhando aqui no escuro, porque eu vou esperar como um palhaço sem raízes...
Amanhã... Amanhã... Amanhã...
Quando eu sonho, eu sonho com teu sorriso.
Quando eu sonho, eu sonho com teus olhos.
Quando eu sonho, eu sonho com teu riso.
Quando eu sonho, eu sonho com teus lábios.
Quando eu sonho, eu sonho com teus beijos.
Quando eu sonho, eu sonho com teu carinho.
Quando eu sonho, eu sonho com a tua partida.
Amanhã... Amanhã... Amanhã...
Se eu pudesse te liquefazer... Eu colocaria significado em cada respiração e acharia um lugar onde nós dois poderíamos nos esconder... Mas você não acredita em mim...
Amanhã... Amanhã... Amanhã...
Eu encontraria um novo jeito de enxergar, seus olhos para sempre junto aos meus... Mas você está indo embora...
Amanhã... Amanhã... Amanhã...
Você sabe que estou quebrado... Mas por favor, não me deixe cego.

domingo, 6 de julho de 2008

Lena?...
Talvez a intenção de consumí-la por inteiro fosse real. Assim eu poderia tê-la para sempre comigo.

sábado, 5 de julho de 2008

Tão familiar e irresistível...
Cuidando do meu próprio túmulo para me manter na superfície... É hora de você me trazer para casa... Você é a luz, o caminho... Eu estou indo pra casa agora...
Mencione isso pra mim...
Eu abraço meu desejo de te afundar comigo aqui. Eu quase posso te ouvir gritar. Seus olhos, ignoro a fumaça, olhos de uma tragédia. Porque a tragédia me excita. Não olhe pra mim como se eu fosse um monstro.
Mencione alguma coisa...
Eu vou alimentar meu desejo para sentir meu momento sendo desenhado pra fora das linhas... Alimentar meu desejo de balançar na espiral, antes que eu me consuma. O universo é tão hostil, tão impessoal. Eu sei que as peças se encaixam.
Mencione qualquer coisa...
Lembrando-me que não estou sozinho, você está me chamando. O que eles vão fazer quando os rios transbordarem? Eu sou um mentiroso. Indiretamente eu vivo, enquanto o mundo inteiro morre.
E observe o tempo mudando...
Você está indo pra casa... Nós vamos montar a espiral e podemos ir aonde ninguém jamais esteve... Eu só rezo, o paraíso sabe quando te levar...
E como se alguém se importasse, eu apenas faço, para ter um gosto seu, minha Magdalena. Sua pequena obra do divino.